domingo, 19 de outubro de 2008

28ª CORRIDA DO TEJO

Esta prova está atingir padrões de alta qualidade e a roçar a perfeição. É muito difícil encontrar pontos negativos (há provas que os pontos negativos são tão gritantes que não é preciso procurá-los).

Felizmente a Corrida do Tejo sempre foi uma corrida bem organizada e inovadora. Há três anos com a comercialização da prova, temos que reconhecer que as mais-valias são evidentes. Ainda assim, sem procurar muito há, pelo menos, duas situações que terão que melhorar:

1º - O transporte ferroviário antes da corrida (é inadmissível aquelas condições de transporte, já não considerando o prejuízo causado a cidadãos alheios à corrida, que ficaram inibidos daquele transporte);

2º - A escassez de retretes portáteis – junto às portas principais haviam só quatro – geram imensas filas de espera por um lado e por outro “obrigam” os homens a fazer aquela figura canina junto às paredes, mas até aqui tudo bem (?), o pior é o caso das mulheres, como é? Andamos sempre a dizer que há pouca participação feminina (o que não foi o caso, hoje tiveram em prova 1905 mulheres 21.25% dos participantes), que as mulheres não saem de casa, que não participam, mas depois não lhes damos as devidas condições. Na pastelaria onde tomei café, era vê-las aflitas, do ponto de vista fisiológico e cronológico, meia hora na fila, naquelas condições não é fácil!

O preço das inscrições será certamente para muitos, um ponto negativo. Mas aqui, há o benefício do retorno com a qualidade da organização. Enquanto nos pontos referidos todos, dum modo geral, são atingidos, no caso do preço das inscrições atinge os menos abonados – e nesta altura 10€ (ou 14€) fará diferença no orçamento familiar de muita gente.

CURIOSIDADES

8961 Atletas classificados

7056 Homens / 78.75 %

1905 Mulheres / 21.25 %

Nos primeiros 1 000 classificados chegaram 31 mulheres / 3.1 %

Nos primeiros 2 000 classificados chegaram 80 / 49 mulheres / 4 % / 4.9 %

Nos primeiros 3 000 classificados chegaram 157 / 77 mulheres / 5.23 % / 7.7 %

Nos primeiros 4 000 classificados chegaram 251 / 94 mulheres / 6.27 % / 9.4 %

Nos primeiros 5 000 classificados chegaram 383 / 132 mulheres / 7.66 % / 13.2 %

Nos primeiros 6 000 classificados chegaram 581 / 198 mulheres / 9.68 % / 19.8 %

Nos primeiros 7 000 classificados chegaram 843 / 262 mulheres / 12.04 % / 26.2 %

Nos primeiros 8 000 classificados chegaram 1254 / 411 mulheres / 15.67 % / 41.1 %

Nos últimos 961 classificados chegaram 651 mulheres / 67.74 %

Um Abraço e até à próxima!

Orlando Duarte

5 comentários:

Maria Sem Frio Nem Casa disse...

Esclareça-me um coisa Orlando: para além dos 10 ou 14 euros que são "restituídos" na qualidade na prova, são esses valores também que se pagam para obrigatoriamente se publicitar um marca? Ou seja, a minha qustão é se há a obrigatoriedade de levar a t-shirt da prova durante a mesma? É porque se é esse o caso, lá se vai a proximidade da perfeição para passar a ser um aproveitamento bruto dos participantes que pagam e não é pouco, e afinal não é apenas para usufruir da qualidade da prova, mas sim, pagam esse valor para de forma espanpanante fazer publicidade a uma marca...

ana, fernando, joaquim, jorge, orlando e zen disse...

De facto não há obrigatoriedade do uso da camisola. No acto da inscrição há a opção do uso do dorsal com alfinetes.

Para quem, como eu, está dos dois lados da barricada: ser atleta e colaborador de organizações de corridas, é difícil não colaborar com a organização, recusando envergar a camisola. Hoje em dia nada se perde tudo se transforma, ou seja, tudo se permuta!

Todavia, tudo tem limites, a continuar estes aumentos desmesurados, na próxima edição, como não sou masoquista, recusar-me-ei determinantemente a envergar a camisola.

Orlando Duarte

Joaquim Margarido disse...

Sempre atento ao detalhe. Parabéns Orlando por mais uma magnífica tabela estatística e confesso-me espantado com essa percentagem inusual de mulheres na corrida. Bem sei que é um caso isolado no panorama das provas de estrada em Portugal, mas vale a pena repensar estratégias e adoptar conceitos.

(Será que é por ser 'carote' que as mulheres aderem? Como os cabeleireiros também são caros e eu nunca vi nenhuma mulher no barbeiro onde costumo ir...)

ana, fernando, joaquim, jorge, orlando e zen disse...

Joaquim, é uma questão de cultura. Sempre que há provas muito participadas, os portugueses em geral, homens e mulheres, aderem, porque há garantia de não fazerem má figura – isto no conceito tacanho lusitano.

Por outro lado sabem que não há nenhum carro “vassoura” ou ambulância atrás delas constantemente a propor que desistam e se montem na viatura, a fim de eles irem almoçar mais cedo…

Um Abraço

Orlando Duarte

Joaquim Margarido disse...

Movido pela curiosidade, fui à procura dos primeiros 1000 atletas na Meia-Maratona de Ovar. Desde logo temos o 1.000 classificado com o excelente tempo de 1:40:55, o que permite aferir da altíssima qualidade global dos resultados. Ora, nesses primeiros 1000, o número de mulheres é de 35!!! E estamos a falar duma Meia-Maratona e não duma prova de 10 km. Também dá que pensar, não dá?

Abraço.

JM

 
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