domingo, 9 de novembro de 2008

ATÉ QUE A MORTE NOS SEPARE…



Há muitas maneiras de amar. Mas para que uma relação amorosa seja vivida plenamente, têm de coexistir em harmonia três ingredientes mágicos: o desejo (Eros), a amizade (Philia) e a ternura (Ágape). Se os soubermos equilibrar, viveremos o amor de forma completa e apaixonada. Se, pelo contrário, nos inclinarmos demasiado para um deles, viveremos um amor imperfeito. (Walter Riso)

O meu pai foi o quarto filho de dez. A minha mãe foi a terceira de cinco. Eu fui o último de sete. Os meus avós, quer maternos, quer paternos, viveram juntos até que a morte os separou. Os meus pais viveram juntos até que a morte os separou. Eu já estou casado há 31 anos, espero, e desejo, que só a morte nos separe. E mais, desejo não ficar viúvo! Jamais saberia viver… sem a minha companheira e mãe dos meus filhos!

Hoje, tudo isto mudou. Não obstante a educação e a formação virada para o respeito dos mais altos valores da solidariedade, lealdade e fraternidade, que tentámos dar aos nossos filhos, e que, estou certo, conseguimos incutir em ambos, não foi suficiente para que eles seguissem os seus familiares precedentes. Porém, também estou seguro, que mais cedo do que tarde, irão trilhar os caminhos dos Laços de relacionamento profundo, Laços com Amor Ágape, Laços de Compromisso e até que a morte os separe!!!

Hoje tudo é mais descartável. O mundo tornou-se mais egoísta. Fomenta-se cada vez mais o espírito independente. O espírito colectivo e associativo está em vias de extinção. O conceito familiar, de vida e do compromisso, não consta do vocabulário dos jovens. Já não se pondera, pelo menos, os cinco princípios básicos de relacionamento:

1º Conhecimento
2º Confiança
3º Comunhão
4º Compromisso
5º Crescimento

Hoje, ou oito ou oitenta: dum fraco conhecimento (hoje não se namora, anda-se…), parte-se para o crescimento (relacionamentos sexuais precoces com gravidezes aos 14/15 anos). Ou há casamentos com grandes e luxuosas festas como se fossem festas de fim de ano ou de aniversário e que ao fim dum ano, ou menos, cada um vai para o seu lado…

Há quem critique muito esta nova Lei do divórcio. Porém, o português tende a confundir tudo. Independentemente desta Lei estar bem ou mal, o principal e fundamental problema está no tal salto nos cinco princípios básicos de relacionamento.

Hoje, temos casas maiores, porém famílias menores.

Temos mais conhecimentos, porém menos discernimento.

Temos mais remédios, porém menos saúde.

Multiplicamos os nossos bens, porém reduzimos os nossos valores.

Falamos muito, amamos pouco e odiamos demais.

Temos dinheiro, porém menos moral.

É tempo de Liberdade, porém de menos alegrias…

Dias em que chegam dois ordenados a casa, porém de lares desfeitos.

Claro que todos os contratos e acordos são passíveis de se revogarem. Contudo, deve haver, tem que haver, um mínimo de conhecimento, confiança e comunhão para chegarmos ao compromisso e, por fim, ao crescimento com fortes probabilidades de ser eterno e por conseguinte, ATÉ QUE A MORTE NOS SEPARE!!!


Um Abraço.


Orlando Duarte

2 comentários:

Maria Sem Frio Nem Casa disse...

Ando com pouca vontade de escrever... no entanto, é um prazer em o ler, Orlando.

Era só para dizer isso: que uma vez mais, gostei muito de ler. E isso é também importante. Dizer-lhe que se gosta do que e como escreve.

Um beijinho para si e para a Leonor

Ana

Joaquim Margarido disse...

Reparamos no teu texto e... paramos! Paramos para reflectir. Sabe bem parar. Faz bem pensar. Pensar que este pedacinho de tempo aqui a falar contigo é tão importante. Obrigado por me teres feito parar.

Abraço.

JM

 
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